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sábado, 2 de abril de 2016

MANOEL ALCIDES: SE DEPENDESSE DO MIDEMA MARACANAÚ AINDA HOJE SERIA DISTRITO DE MARANGUAPE


Já na ase de emancipação, se dava a dicotomia entre os partidários de Almir Dutra, de um lado os de Paulo Alexandre de maior evidência e do ouro lado Júlio César.

A posição de Almir Dutra está bem explicita no seu manuscrito.

Fatos acontecidos em 1982

20 de maio:
“Seria proposta a marcação do plebiscito. Mas Paulo Alexandre Ferreira, Júlio César Costa Lima e outros lideres do MIDEMA solicitaram ao Desembargador Nogueira Sales, adiar para outra data, alegando jogo da seleção brasileira, o que não justificou, parecia traição à causa.”

Em 15 de junho:
“Paulo Alexandre e Júlio Cesar, se reuniram na casa do Sr. Valderi Nogueira, para negociarem com o prefeito de Maranguape, a entrega das localidades de Cágado, Mucunã e Jaçanaú, mais uma traição à causa, já que este fato faria a lei de divisão territorial do Estado do Ceará, que reza de 1951, que iria permitir recurso contra o nosso processo de emancipação.”

Sequencia Almir Dutra
“Era uma jogada da estratégia política de Maranguape, que nossos “amigos” estavam aceitando discutir por inocência ou por convivência com a política de Maranguape(o que parece uma traição à causa)”.

5 de agosto
“O MIDEMA se reúne e defende a tese de que o ovo de Maracanaú não queria se emancipar (posição suicida) pois ninguém mais ajudaria a emancipação de Maracanaú, já que o povo não quer, segundo Paulo Araújo e seus 05 (cinco) companheiros do MMIDEMA”.

25 de agosto
“Realização do plebiscito com sabotagem (faltaram 2600 folhas de votação, além do mais muitas folhas de votação vieram trocadas de seção), fraude, coação (funcionários de industrias estavam ameaçados de perderem o emprego caso comparecessem ao plebiscito, corrupção ( os políticos de Maranguape corromperam alguns líderes inescrupulosos de Maracanaú para trabalharem contra a emancipação”.

25 de setembro
“O Dep. Osian Alencar Araripe, defende junto ao Diretor do T.R.E, o direito de Maracanaú ao 2º plebiscito, já que a lei complementar nº 32, no seu artigo 2 diz” N caso de plebiscito favorável em que não haja atingido o quórum, será objeto de confirmação plebiscitária (foi o caso de Maracanaú, pois, tivemos 93% de sim).”

28 de setembro
“Foi desarquivado o processo de emancipação que Maracanaú (louve-se o trabalho do Dep. Osian Araripe). “ Depois que o Dep. Osian botou para desarquivar o processo do T.R.E, apareceu o MIDEMA com um boletim dizendo haver lutado, se esforçado, quando na verdade nada fizeram, para que o 2º plebiscito, e acrescentou; “se não fosse a necessidade de eleger Pedro Câmara, para compensar o tempo e os gastos, o 2º plebiscito não teria saído, porque se dependesse do MMIDEMA, desgastado, descaracterizado e desvirtuado no seu principio básico, Maracanaú ainda hoje seria distrito de Maranguape”.

“Entretanto apesar de todos os contratempos citados o MIDEMA teve seu valor e sua importância no evento emancipativo, saliente-se, que nos dois plebiscitos realizados, o MIDEMA trabalhou”.

Conclui:
“parece estarmos nos contradizendo, mas é que existia uma força impulsionada chamada “povão”, quando o povo quer, quem dorme acorda, quem puxa para o sul, passa a puxar para o norte”, e fulminou: “Judas para comer sentou na mesa com Cristo”.

09 de outubro:
“O Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa, denuncia através da Imprensa da sabotagem, fraude, corrupção e coação do 1º plebiscito de Maracanaú”.

Almir, teve sempre a oposição e o confronto duro de todos os atuais militantes, detentores do poder político de Maracanaú. Paulo Alexandre e Júlio César. Aquele, foi candidato oponente contra Almir Dutra, nas eleições municipais de 1984 e este último, candidato a prefeito eleito nas eleições imediatas após o assassinato de Almir Dutra, 1988.

Aquele quadro político oponente a Almir Dutra, desenhado ainda na fase da emancipação, se efetivou logo na campanha eleitoral de Maracanaú, presente na primeira eleição do município, no dia 16 de dezembro de 1984 e ainda hoje, se prolonga no poder municipal, com a projeção no cenário estadual, com a eleição do próprio Júlio César, em 1988, para prefeito. Depois eleito deputado estadual (1992) e novamente prefeito municipal em 1996 e 2000, exercendo o mandato de prefeito, pela 3ª vez.


Extraído do livro “ O assassinato de Almir Dutra” ataque e defesa na busca do rumo certo de Manoel Alcides conforme o escrito.

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