Em Dezembro de 1942 é inaugurada a Colônia de São Bento, onde, logo depois passaria a ser denominada de Colônia Antônio Justa. Homenagem póstuma prestada a este médico sanitarista por seus valorosos serviços prestados ao combate à hanseníase, nas primeiras décadas do século XX. Situada em Maracanaú, esta colônia estava destinada a abrigar cerca de 500 doentes do mal de Hansen, “dispondo de excelentes terras para a agricultura e pecuária, contando com um grande açude de capacidade para 6 milhões de metros cúbicos, um extenso canavial bem tratado, pomar e cuidadosas instalações para a criação de aves e outros animais de pequeno porte”.
No aniversário de 75 anos da Colônia Antônio Justa não há muito o que se comemorar. A comunidade sofre com a falta de infraestrutura e segurança pública. A localidade não possui linha de ônibus e a violência é presença constate.
Na área da colônia existe escombros (o antigo refeitório) onde famílias que vive abaixo da linha da pobreza utiliza para se abriga. É o caso do antigo refeitório que abriga 12 famílias com 12 crianças. O lugar parece que foi atingido por um terremoto, ou uma guerra de grandes proporções. O lugar é tão funesto que quem passa em frente e não conhece a localidade, jamais imaginará que aquelas ruínas servem de abrigo para 12 famílias.Ali não existe banheiros e nem água encanada, e olha que estamos falando da cidade que recebeu o selo UNICEF, e aquelas 8 crianças que moram naqueles escombros não tem como ter um vida digna no conceito básico
Entre casas, casebres e moradias com um padrão de infraestrutura considerável para o local, se destaca grandes trechos de terras invadidos por especuladores transformados em haras e parques de vaquejadas, além de sítios fruto da invasão de pessoas que moram na cidade, e outras que tem residência no Condômino Jardins da Serra, local onde mora o supra sumo da política maracanauense, que é endereço certo de buscas e apreensões da Policia Federal quando investiga a corrupção nos órgão públicos.
Quando falamos da colônia Antônio Justa não podemos esquecer da Hanseníase. O mal de Hansen estar entre as doenças que geram substantivos, contribuindo assim para a segregação daqueles que sofriam desta enfermidade do conjunto da sociedade. A noção da “doença de Lázaro’’ como a expressão de pecado mortal ou falta graves para é observada desse a antiguidade.
A REALIDADE DAS COLÔNIAS
As denominadas “Colônias” para isolamento compulsório de enfermos de hanseníase foram uma realidade no Brasil a partir, principalmente, da década de 1930 – embora já existisse anteriormente, algumas tentativas de isolamento dos acometidos pela Hanseníase.
Hoje passados 75 anos aquelas pessoas acometidas pela Hanseníase que se encontram no Hospital Colonia Antonio Justa, ainda sofrem com o preconceito. Se precisam se dirigir ao Hospital de Municipal de Maracanaú para um atendimento que não é disponível no hospital colônia, se deparam com a falta de preparo e preconceito de alguns funcionários do hospital municipal de Maracanaú.
Sem investimento do governo municipal no que diz respeito a conservação do patrimônio material e imaterial do local, além de não investir o governo municipal tem contribuído para a desfiguração do patrimônio arquitetônico. Um exemplo é antiga casa das freiras que hoje foi adaptada para funcionar uma escola municipal igual a tantos pardieiros que forma o conjunto de escolas da prefeitura municipal de Maracanaú. O antigo Teatro foi adaptado para funcionar um CRAS.
Nestes 75 anos da Colônia Antonio Justa a minha sincera homenagem aos moradores daquele local, em especial a minha amiga Edilma, e aos pacientes do Hospital Colônia e todos funcionários que com zelo tratam dos pacientes acometidos pela hanseníase. Um abraço todo especial a minha amiga enfermeira Jacke, a a irmã Gorete.
Nenhum comentário:
Postar um comentário