Colônia Antônio Justa um lugar de uma beleza natura incrível, onde a pobreza extrema vive lado a lado com os Espertalhões Grileiros. Lugar onde o responsável pela Igreja católica do local doa terrenos que imediatamente são loteados e vendidos. Ali o poder público não tem morada.
O Posto Policial não funciona, o posto de saúde é como se não existisse, pois falta do medicamento básico ao médico, e para completar o abandono daquela gente humilde, ali o transporte coletivo não chega.
O local hoje denominado Colônia Antonio Justa tinha por determinação Sítio São Bento e foi criado em 1942, por iniciativa do Governador do Estado do Ceará, Francisco Menezes Pimentel, como a finalidade principal cuidar de pacientes acometidos pela hanseníase.
Em 12 de janeiro de 1994, através do decreto 23.009, no governo Ciro Gomes, a Colônia passou a ser nomeada de Unidade Hospitalar de Reabilitação Antonio Justa.
A grande barreira preconceituosa que separava os leprosos, estigma que sempre acompanhou as pessoas acometidas por essa doença foram derrubados, vindo abaixo a barreira física formada pelo portão e o muro que mantinha-os isolados, encarcerados longe da sociedade preconceituosa.
O Estado construiu seus novos prédios (Fórum da Justiça Estadual ,Fórum Eleitoral, CREA, e o prédio do DECON...) no terreno do Sítio São Bento.
A Colônia Antonio Justa foi abandonada pelo poder público estadual, e começou o processo de ocupação do local. Os prédios que faziam parte do complexo arquitetônico da Antiga Colônia Antônio Justa perderam suas finalidades, e alguns antigos funcionários do hospital da Colônia trataram logo de se apossarem dos prédios: farmácia; refeitório e o próprio convento que hoje funciona um creche municipal, e merece um destaque maior em outra postagem.
A povoação da Colônia Antonio Justa logo a abertura dos seus portões rendeu dinheiro para alguns espertalhões que se encarregaram da corretagem ilegal das terras férteis daquele local.
Junto com a necessidade por um lugar para morar vieram os aproveitadores, pessoas com dinheiro no bolso passaram o arame farpado em extensões de terras enormes, e nem mesmo o açude da colônia, que antes era público foi dispensado.
Hoje naquele local se esconde atrás de escombros do antigo refeitório, seis famílias humildes, que não tem onde morar, e em sítios vultosos pessoas que tem sua moradia na área urbana da cidade faz do local seu lugar de descanso.
A Colônia Antonio Justa dos contraste social foi um Sitio alto suficiente. Ali, tudo de plantando, tudo dava. E suas terras até hoje são agriculturáveis.
Em breve o Hospital, a razão da Colônia Antônio Justa ter nascido, fechará as portas, e se existe ainda hoje deve se a luta incansável do seu diretor, e das enfermeiras atenciosas com aqueles seres divinos. E aqui eu, destaco a enfermeira Jack Aquino que desde criança se dedicou a causa da pessoas acometida de hanseníase.
Esses poucos seres divinos remanescentes de uma época, que pessoas eram aprisionadas compulsoriamente deixarão de existir no plano terrestre, pois os que ainda restam já estão velhos, e hoje ninguém precisa ser internado para tratamento da hanseníase.
O Hospital deixará de ter sua utilidade. O prédio que faz parte daquele conjunto arquitetônico cultural logo será invadido como os demais forma. E como em um passado triste de aprisionamento e sofrimento, a história se apagará da lembrança de um povo que não tem um patrimônio histórico e cultural. Por essas e outras razões, muitos do que aqui vive, a primeira coisa que faz quando ganha dinheiro é se mudar para Fortaleza. A falta de uma identificação com Maracanaú faz alguns jovens, até mesmo negarem o local onde moram. Isso é fácil de comprovar, é só olhar o FACEBOOK que você comprova esse fato.
Não podíamos terminar de falar da Colônia Antonio Justa, sem falar do seu cemitério, onde o primeiro diretor do Hospital fez seu túmulo, e até hoje permanece vazio.A História da Colônia é mais rica do que essas poucas linhas que escrevi, e vejo tudo se perdendo!
Outro prédio que merece destaque é o antigo teatro, que foi totalmente reformado pela Prefeitura de Maracanaú, e há mais de um ano está fechado, sem contar que a licitação é um caso que merece estudo por parte do TCMCE.
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