O dia 27 de fevereiro de 1987, era assassinado, covardemente, Almir Dutra.
N noite do odiento crime, o Prof. Manoel Alcides, estava na companhia dos seus familiares, na casa da sua irmã, Maria Amélia, na rua Fausto Cabral, 495, como declarou por ocasião do seu depoimento prestado, ao presidente do Inquérito Del. Valdir Duarte perquirido pela polícia, que não se interessava pela inocência da pessoa do Prof. Manoel Alcides, ciente de que nada devia à vida de Almir Dutra, como iremos abordar, com minucioidade, quando do Inquérito policial.
O Prof. Manoel Alcides tomou conhecimento do assassinato de Almir Dutra, ao chegar à sua residência, por volta das 23 horas, do dia 27 de fevereiro de 87, dado pelo vigia da construção do Dep. Nonato Prado. Ficou pasmo com a notícia e tratou logo de se dirigir para Maracanaú, encontrando o carro do IML, que trazia o corpo de Almir Dutra, para exame da necropsia.
Lá chegando, esteve com a Prof. Lêda Dutra e demais familiares de Almir, com ela e seu marido José Maria Portácio, foram até as funerárias situadas na rua Senador Pompeu, e escolheram a uma mortuária que acolheu o corpo de Almir Dutra.
Por volta de 5 horas da manhã do dia 28 de fevereiro, o corpo de Almir deixava o IML com destino a Maracanaú, para ser velado pelo povo.
O Prof. Manoel Alcides, esteve durante todo o velório, acompanhou o cortejo até o cemitério local, ajudou a carregar a mortuária, chorou pelo amigo e falou durante a cerimônia do enterro, no último adeus a Almir Dutra. Não possuidor de um caráter frio, para assim se comportar, exibindo a tranquilidade, própria dos sem culpa, externou, em todos os momentos a tristeza pela perda do amigo.
Um fato que merece ser revelado.
Na manhã do dia 28 de fevereiro, o Prof. Manoel Alcides, consternado com o assassinato de Almir Dutra, batei o Decreto de Luto e foi solicitar a assinatura de José Raimundo, o vice, que se encontrava na sua casa. Ouviu deste a lamentação do ocorrido, e conhecedor que era José Raimundo, da coragem cívica do Prof. Manoel Alcides, da sua voz fluente e desembaraçada, nada melhor do que um aliado deste ao seu, e de pronto, o convidou para permanecer como Assessor na Prefeitura, pois, também, sabia que era Assessor de Almir, já que o Prof. Manoel Alcides, sempre manteve até hoje, um bom relacionamento com José Raimundo.
Mesmo assim, não lhe deu de saída a resposta, acrescentando-lhe, que iria consultar a Lêda, mesmo não dispensando a ela, a menor deferência, mas queria saber se ela também iria continuar na Prefeitura.
Chegando ao velório, estando Lêda, junto com suas irmãs, o Prof. Manoel Alcides, tratou o assunto com Lêda, esta tendo apenas perguntando: sua consciência lhe acusa alguma coisa? Não, respondeu-lhe o Prof. Manoel Alcides. Só após o início das acusações contra José Raimundo, entendeu a malícia da sua pergunta, já que não suspeitava, de forma alguma, da participação de José Raimundo, como ainda não tem segurança da sua cumplicidade.
Se a Profa. Lêda Dutra tivesse dito ao Prof. Manoel Alcides, que suspeitava d José Raimundo, por residir diuturnamente em Maracanaú, já que o Prof. Manoel Alcides, andava afastado, dominado pela paixão por uma senhorita que residia em Fortaleza, dedicando-lhe todo seu tempo, jamais teria dado resposta ao José Raimundo, notadamente, para fazer na imprensa, a sua defesa.
Hoje o Prof. Manoel Alcides amarga a inclusão do seu nome no bojo deste asqueroso processo, parte, por culpa da própria Prof. Lêda Dutra, que deveria ter-lhe recomendado não acompanhar com José Raimundo, por ela já suspeito, e por um ato de vindita por parte de Del. Valdir Duarte, acolitado com o Sr. Isaías Furtado, com quem mantinha rixa política e pessoal, pelos desmandos deste frente ao cargo que ocupava na Prefeitura, na gestão de José Raimundo.
Foi o Prof. Manoel Alcides que providenciou os santinhos de Almir Dutra, com muito carinho, para a missa do 7º dia. Não esteve presente na missa, por ter assumido a defesa de José Raimundo, e causado mal estar aos familiares de Almir, repita-se por culpa da Profa. Lêda Dutra.
Esse texto é parte da sinopse da história política de Maracanaú, ainda em rascunho, que enfeixará um livro com demais peças, mas necessárias e suficientes para se situar nos fatos lá ocorridos de 1984 até o dia 27 de fevereiro de 87, quando covardemente assassinara Almir Dutra.
Transcrito conforme o original.
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