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sábado, 2 de janeiro de 2016

MAIS UM AMEAÇA CEIFAR A VIDA DE ALMIR DUTRA


10.
OS FATOS POLÍTICOS MAIS MARCANTES DE 1987

A RENOVAÇÃO DA Mesa Diretora da Câmara Municipal no dia 31 de janeiro de 87. Na manhã deste dia, 9 dos 13 vereadores (Winston, Gerson, José Bento, Antônio Geraldo, Manoel Vidal, Dulcineide, Baiano e Anastácio), tomaram café na casa do Vereador Winston, naquele momento, Presidente da Câmara Municipal, em companhia de Almir Dutra, e acertaram os detalhes da eleição, com apoio ao Vereador Gerson, para Presidente, e o compromisso de rejeitarem o aparecimento de qualquer outra chapa concorrente.

Ao final da reunião, chega o Prof. Manoel Alcides, ainda com tempo de tomar café, e ao iniciar a saída dos Vereadores, chama Almir Dutra, ainda em conversa com o Vereador Winston e pede-lhe “mande o Winston me nomear Assessor só para a eleição, e acrescentou: estes caras não merecem confiança”. O Vereador Winston ouvindo o pedido, foi logo dizendo: “ não, está tudo acertado”.

Fomos todos para a Câmara. Lá chegando, o Prof. Manoel Alcides, ficou com Almir no oitão da rua, estando ainda, a mãe e a irmã de Isaías Bruno, D. Bibinha e Célia Bruno.

De vez enquando o Prof. Manoel Alcides ia dar uma olhada na sessão e se depara com a aprovação de uma segunda chapa, como o nome do Vereador Júlio César, como o Presidente, tendo como seu vice o Vereador José Bento. Volta de presa e comunicando o fato a Almir. Este, diz ao Prof. Manoel Alcides: “ chame o Zébento, urgente”. Era tarde, o Vereador José Bento, já votava, batendo firme na boca da urna, ao colocar o seu voto, sinalizando ser esta o caminho dos demais Vereadores traidores de Almir Dutra.

Resultado: O Vereador Júlio César, era eleito com 7 votos, a favor, contando assim com 3 votos dos traidores de Almir Dutra.

Era uma derrota fatal, pelo agravamento da crise que abatia sobre Almir e sua administração. Era a rota traçada e bem traçada, pra tirar Almir da Prefeitura, de qualquer jeito e o jeito era matar Almir Dutra. Disto Almir tinha convicção, demostrado no seu discurso no plenário da Câmara, quando da imediata posse do Vereador Júlio César, ocasião em que fez um pronunciamento, desabafo de quem tinha a visão do que lhe ia acontecer, em futuro bem próximo. Almir, estava profundamente decepcionado e irritado.

Isto estava vaticinado, até em manchete e noticiário de jornais, como a manchete que o jornal O ESTADO DO DIA 30 DE DEZEMBRO DE 84: “ ALMIR DUTRA AMEAÇADO DE MORTE”. E NA COLUNA DO JORNAL Tribuna do Ceará, do dia 20 de dezembro de 84, narra a presença de uma pessoa estranha que teria procurado Almir, dias anates da sua posse, no início de janeiro de 85, dizendo-lhe trazer-lhe um recado e não estando Almir em casa, esta pessoa saiu as pressas juntamente com mais dois outros que estavam à sua espera. Já era sinal dos tempos vindouros. O próprio pai do candidato derrotado Paulo Alexandre, fora avisar Almir Dutra, que Paulo, seu filho, estava muito ferido com a derrota e falava até em matar Almir.

Existiram outros episódios, distante do inquérito policial, e não apurados porque foi todo dirigido e orquestrado com testemunhas falsas, pagas e arrumadas, ora pela irmã de Almir, a Prof. Lêda Dutra, ora por Isaías Furtado, que aportara na Prefeitura de Maracanaú, logo no início do mês de março de 87, quando abordaremos melhor tudo isto, ao falr sobre o inquérito policial.

O recinto da Câmara Municipal, se tornou, a partir da eleição da sua Mesa Diretora da, o ponto de encontro dos descontentes com Almir Dutra, o nicho das aves de rapinas, que ali já se alimentavam com o sangue de Almir, antes mesmo do dia fatal.

O Prof. Manoel Alcides, não foi ave de rapina e nunca pousou na Câmara Municipal, até tinha aversão aos atos de repulsão do amigo, Almir Dutra, vergonhosamente, derrotado na eleição da Mesa Diretora. Porém, nunca ao nível da aliança política.

Esse texto é parte da sinopse da história política de Maracanaú, ainda em rascunho, que enfeixará um livro com demais peças, mas necessárias e suficientes para se situar nos fatos lá ocorridos de 1984 até o dia 27 de fevereiro de 87, quando covardemente assassinara Almir Dutra.

Transcrito conforme o original.

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