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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

LÊDA DUTRA AFUNDA O GOVERNO ALMIR DUTRA



Para consubstanciar o papel de amigo desempenhado pelo Prof. Manoel Alcides, este entregou a Almir Dutra, no começo do mês de junho de 86, uma carta, na qual continha um apelo para que este mudasse os rumos da administração, inclusive, com a mudança de pessoas, e liminarmente, o Prof. Manoel Alcides, pedia a diminuição da ingerência da irmã de Almir, Prof. Lêda Dutra, que não gozava da admiração dos aliados de Almir, era o ponto de discordância com os adversários.

Eis alguns trechos da carta dirigida a Almir Dutra:

“O forte laço de amizade que nutro pela sua pessoa, me dá a certeza de não devo somente lhe bater palmas, um gesto de agradabilidade ou bajulação vulgar, diante do quadro de dificuldades que estar a enfrentar. Impõe-me a sinceridade de dizer-lhe o que ouça e sinto. Ao sair da Chefia do deu Gabinete, não coo fuga, mas por razões pessoais, chamei-lhe a atenção para mudar os rumos da administração, fazendo acertos, mudando peças, em cujos lugares lhe prejudicam e tornam vulneráveis os mecanismos da eficácia e eficiência administrativa. Nada mudou e hoje o quadro parece-me mais angustiante, diante das insatisfações dominantes, inclusive, no seio da comunidade Maracanauense, a sua administração está arruinando, desculpe-me a dureza da expressão. Tem ela o repúdio da maioria da comunidade, é tida como corrupta pela maior parcela da imprensa da Capital, é difusa na sua organização interna, tem o desarado da maioria dos empregados, exibe o paternalismo de grupos pessoas, encarna o nepotismo pela ingerência forte de seus familiares, não tem a solidariedade dos políticos que lhe cercam, por não sentirem necessários e uteis”.

O QUE FAZER?. MUDAR.


Mude Almir, mesmo que a mudança lhe traga trauma, mas com certeza, em pouco espaço de tempo terá reconquistado a sua verdadeira imagem de líder comunitário, do político audacioso, competente, e não a atual imagem, de incompetente, comandado, e atrabiliário.

Não me condene pela verdade que lhe digo agora. Não me condene se lhe trago desalento. Não me condene, pela amizade que lhe devoto, e por ter que lhe dizer tudo isto.


Peço-lhe desculpas se lhe magoei, mas o desejo é lhe ajudar”.

Os termos desta carta é uma prova irrefutável de profunda amizade, zelo, carinho, e desejo de ajudar Almir Dutra, a vencer os quadros de dificuldades, já estando êle no limite de sua exaustão psicológica, convivendo continuamente com esta convulsão, de tal modo, que se afigurava a um animal acuado, sem saber para onde fugir, em sua própria defesa. Almir, transfigurava no seu rosto a angústia de estar vendo sucumbir a sua imagem, atormentado ainda, pela criticas dos adversários, pelos telefonemas de ameaça, porque estavam a no obcecado proposito de demolir Almir, restando-lhes, somente, o momento para o último golpe, o nocaute de sua própria vida. Assim, o fizeram com determinação, não contando Almir, sequer com a advertência de seus familiares e pessoas mais próximas, pois lhe importava o Poder como Poder e suas iguarias, simplesmente.

O quadro de dificuldades, que atravessava Almir Dutra era notório, estava desarrumado, política e administrativamente, pois, o resultado do pleito, não lhe fora favorável, pelo contrário decepcionante.

O Prof. Manoel Alcides, já no final de 86, como último lance de ajudar Almir, o convidou para uma conversa a dois em Fortaleza, pois, seria, neste momento, em que o Prof. Manoel Alcides, iria mostrar a Almir, com clareza, a necessidade de Almir, fazer uma urgente mudança no Secretariado e ter a coragem de retirar a Prof. Lêda Dutra, deste quadro, pela sua poderosa influência sobre Almir. Porém, Almir não foi ao encontro. Fato este declarado no Jornal O POVO do dia 16.03.97, quando o Prof. Manoel Alcides, declarava: “Sou mais amigo de Almir do que sua irmã, Lêda Dutra, que o levou a situação vexatória em que se encontra”. Disto, também, pode dará testemunho a Prof. Margareth Rose, com quem Manoel Alcides, teve e tem por ela grande admiração, mesmo sendo adversária de Almir, e com quem sempre abordava alguns assuntos sobre a administração de Almir, e sua restrição à ação da Prof. Lêda Dutra, dificultando todo quadro em que vivia seu irmão Almir Dutra.

Assim, terminava o ano de 86, Almir Dutra mergulhado numa crise, ao gosto e sabor de seus adversários, pela insensatez, dos que só queriam tirar proveito da administração de Almir. Não lhes importava o amigo, o irmão, nada, só o gosto pelo Poder, mal administrado e mal vivido.

Esse texto é parte da sinopse da história política de Maracanaú, ainda em rascunho, que enfeixará um livro com demais peças, mas necessárias e suficientes para se situar nos fatos lá ocorridos de 1984 até o dia 27 de fevereiro de 87, quando covardemente assassinara Almir Dutra.

Transcrito conforme o original.

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