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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ERA PRECISO BARRAR ALMIR DUTRA DE QUALQUER JEITO




I. A FASE DA EMANCIPAÇÃO

Já na fase de emancipação se dava a dicotomia entre os partidários de Almir Dutra de um lado, e os de Júlio Cesar e Paulo Alexandre do outro.

Almir foi sempre foi sempre um líder rebelde e contestador de posição firme e inarredável quanto postos os interesses de Maracanaú, nunca aceitando qualquer intromissão dos políticos de Maranguape, cuja posição, era por isso indejável aos políticos de Maracanaú e recebia de forma antagônica e irreconciliável a posição dos seus mais oponentes e contestadores Paulo Alexandre e Júlio César.

Esta sua posição esta bem explicita no seu manuscrito, cuja cópia foi entregue por ele próprio ao professor Manoel Alcides, cuja síntese faremos a seguir.

Em 15 de junho de 1982 disse Almir: “ Paulo Alexandre e Júlio César se reuniram na casa do Senhor Valderi Nogueira para negociarem com o prefeito de Maranguape a entrega das localidades de Cagado, Mucunã e Jaçanaú, mas uma traição a causa, já que esse fato feria a lei da divisão territorial do Estado do Ceará que reza de 1951, que iria permitir recurso contra o nosso processo de emancipação”, fulmina Almir Dutra.

“Em mais uma jogada de estratégia política de Maranguape que os nossos “amigos” estavam aceitando discutir, por inocência ou por conivência com a política de Maranguape (o que parece uma ação de traição a causa)”

Disse mais Almir Dutra, que foi graça ao trabalho do Dep. Ossian Araripe que o processo foi desarquivado. Então, apareceu o MIDEMA, com um boletim dizendo “haver lutado, se esforçado, quando na verdade nada fizeram para que o 2º plebiscito, e acrescentou-se não fosse a necessidade de eleger Pedro Câmara para compensar o tempo e os gastos, o 2º plebiscito não teria saído, porque se dependesse do MEDEMA, desgastado, descaracterizado e desvirtualizado no princípio básico, Maracanaú ainda seria distrito de Maranguape.

Almir Dutra afirma ainda em seu manuscrito, que o MIDEMA teve grande participação na realização dos dois plebiscitos e conclui: “ parece estarmos nos contradizendo, mas é que existia uma força impulsionada chamada “povão”, quando o povo quer, quem dorme acorda, quem puxa para o sul, passa a puxar para o norte” e fulmina de novo: “Judas para comer sentou a mesa com Cristo”.

Almir Dutra teve sempre a oposição e o confronto duro de todos os atuais militantes detentores do poder político de Maracanaú, Paulo Alexandre e Júlio César, este se elegeu prefeito, deputado e agora novamente prefeito de Maracanaú. De todos os demais políticos que hoje detêm o poder de Maracanaú, como os empresários Antônio Viana, conhecido como Vianinha, que foi deputado estadual e depois prefeito de Maracanaú, Luiz Girão que foi deputado federal em dobradinha com Vianinha e a seguir suplente de Senador. Das maiores lideranças do Município, aqui sintetizadas: Dr. Dionisio Lapa que foi vice de Vianinha, e na renúncia deste em 1994, passou a exercer o cargo de Prefeito de Maracanaú e hoje é deputado estadual. Dos antigos vereadores de Maracanaú, Firmo Camurça, cujo filho é hoje vereador. Margareth Rose hoje vereadora, Raimundo Travasos hoje vereador. Alan Kardec, Jorge Costa Lima. As mais destacadas lideranças da Pajuçara Moacir Moreira hoje falecido, , Ten. Barroso, Barros Alves, ex-vereador José Bento falecido, lideranças do Cágado, o ex-vereador José Maria Biquara, que elegeu sua mulher Dr. Dulcineide Nascimento vereadora em 84, enfim, tantas outras lideranças que se alinharam ao lado dos dois lideres mais proeminente, Paulo Alexandre e Júlio César, tais como Pernambucano , Torcápio Vieira, Mário Abreu, Carlos Ribeiro ex-vereador, Pratinha ex-vereador, Francisco Rodrigues ex-vereador, Antonio Carlos das lideranças de todos os conjuntos formando um grupo político de poderoso peso eleitoral, contra qualquer pretensão de Almir Dutra, quase só, com poucas lideranças e sem apoio financeiro. Mesmo assim era Almir Dutra quase só, com poucas lideranças, e sem apoio financeiro, uma ameaça ao sucesso deste poderoso grupo, pelo cheiro do povão, pelo seu carisma e pela sua palavra convincente.

Era preciso barrar Almir Dutra de qualquer jeito.

Dos escritos do Geólogo Manoel Alcides

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